sábado, 31 de outubro de 2009

31 de outubro fim do ciclo

Olá caros amigos que ainda lêem este blog...

Não desesperem que serão colocadas as fotos e mais umas crónicas desta viagem. Mas enquanto tal não acontece deixo-vos aqui uma pequena mensagem que reflecte o meu estado de espírito após estes 58 dias aqui por terras angolanas.

Nesta viagem tive oportunidade de descobrir novas faces de um país, que causa as reacções mais antagónicas que podem existir dentro dum ser pensante.

É impossível não pensar na vida e no queremos.

É impossível não pensar no que estamos a fazer de diferente, no que nos falta, as pequenas grandes coisas que nos marcam o dia a dia.

Percebemos rapidamente as coisas que nos fazem falta e também o quão indiferentes por vezes somos, derivado a estarmos integrados num universo onde alguns valores se encontram esquecidos.

São as pessoas que nos causam mais impacto, o dia a dia, a forma como todos encaram a sua vida, pergunto-me muitas vezes se não deveríamos olhar duma forma mais leve para a nossa realidade...

Trabalhamos, porque temos uma rotina, divertimo-nos também numa rotina, falta-nos espontaneidade nos nossos actos.

Termino esta viagem com a convicção que aprendi e com a esperança reforçada num futuro mais alegre e descontraído, porque senão, arrisco-me a passar ao lado das coisas que verdadeiramente interessam.

Fiquem bem...

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Sabado 17 de Outubro

Após muitos adiamentos iniciamos pelas 9h30 a nossa viagem para o mussulo, a equipa apesar de motivada no inicio depressa esmoreceu face ao transito louco que apanhámos, só para chegar a Luanda.

A partir do centro foi quase bom até se chegar ao embarcadouro.

Ai tivemos de passar pela multidão de pilotos de barco, todos a querem vender os seus serviços, mas nos já tínhamos escolhido um. A viagem custa 500AKZ por cabeça. Encontramos o nosso barco e lá partimos com uma velocidade agradável, o mar estava chão, o que ajudou a tirar umas fotos.

As primeiras imagens mostram algumas casas de férias, outras de locais, existem casas do tempo da presença dos portugueses, uma das ilhotas tem inclusivamente uma igreja relativamente grande.

Ao chegar ao barsulo deparamos com um local bastante agradável, calmo, com uns chapéus muito catitas. Colocamos os nossos haveres e aproveitei e fui logo dar um mergulho, a praia é daquelas de declive acentuado, logo pude dar um quase mortais… divertimento sempre!!!

O local é fantástico, as casas têm bastante terreno, existe espaço até à contra costa em estado selvagem, os coqueiros são enormes. Eu aproveitei e fui dar uma volta.
Observam-se muitos porcos à solta e existe alguns investimentos turísticos a serem feitos. Acreditem que era um local onde eu vivia todo o ano, só o facto de estar longe de stress de Luanda e apenas a 30 minutos de barco do centro de Luanda. Era fantástico!

Aproveitei e almocei uma salada de lagosta, fresca e leve porque o sol convidava ao mergulho. Mas deixo-vos as fotos que falam por si.

Sexta 16 de Outubro

Véspera de fim-de-semana e temos oportunidade e ver mais uma momentos do dia-a-dia. E Como sempre quem melhor do que as crianças para nos dar esses momentos.

Em primeiro temos o carlitos, o carlitos é uma criança alegre que se diverte com coisas simples, neste caso escorregar monte abaixo com a bela da sandaloca nas mãos.

E quando se tem companhia para brincar ainda melhor, claro que existem aqueles que tem desde pequenos tomar conta dos irmãos. Para esses a brincadeira é mais custosa, andar já com aquele peso às costas. Mas não deixam de estar felizes e divertidos.

Existem ainda outros que tem consciência ecológica e aproveitam o seu tempo a recolher garrafas de vidro.

Á noite decidimos ir jantar ao coconuts, apesar de não termos reservado, o Nelson conseguiu uma mesinha para seis… depois de uma semana de trabalho e da comida do hotel, um jantar destes é uma dádiva.

Quinta 15 de Outubro

O dia acorda cinzento, o que continua a ser um pouco deprimente, visto que com o trânsito que apanhamos faz com que iniciemos a jorna diária já com algum cansaço. Mas como sempre existem atenuantes, episódios do dia-a-dia, que nos fazem olhar para tudo com um olhar diferente.

Hoje aconteceu mais um desses momentos, ao avançar no trânsito, num paço lento, a primeira observação que faço são dois angolanos de volta dum Toyota starlet, bastante desgastado pelo tempo, de motor aberto.
Os carros aqui são um bem precioso e normalmente são arranjados até a chapa não aguentar mais remendos. Isto claro está pela camada mais pobre da população. Estes carros são utilizados como meios de transporte público, em conjunto com as “HIACES”.

Outro momento foi aquele em que vi uma família, presumo que mãe e duas filhas, em que á excepção da mais pequena, todos trabalhavam, o mais interessante foi observar que a água que lavava o tacho também servia para limpar as pernas á mais novinha.

Hoje foi também o dia onde vi um militar nas ruas, com nada mais, nada menos que um RPG-7. Para os menos entendidos, trata-se de um lança granadas, iguais aos que vemos no noticiário das 20h quando mostram uns quaisquer talibans a vaguear pelas montanhas do Afeganistão.

A noitinha aconteceu o inesperado, pois ao que parece o avião não é a única maneira de viajar para Angola, uma vez que vimos uma carreira dos TST (Transportes Sul do Tejo) a vaguear pela estrada de cacuaco, deve ser uma ligação nova!

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Quarta 14 de Outubro

Hoje vou vos falar da maravilhosa feijoada que comi ao almoço. Apesar de estarmos em Angola e de a comida angolana ser boa, apesar de ter um paladar forte e marcado, hoje fomos brindados para o almoço com uma feijoada.

Não tinha muita variedade de carne e os enchidos eram limitados, para alguém como eu que os adora, tornava-se difícil prová-los.
Mas o que á partida poderia ser um lado menos bom, foi compensado com um cozinhado digno da avó! O feijão estava divinal, não fui sequer capaz de comer o arroz…

São estes momentos que nos ajudam muitas vezes a olhar com outros olhos algumas das rotinas existentes.
Estes e os momentos de pura risota que temos de vez em quando, sobre temas do mais parvo que pode haver… mas rir é importante para manter a sanidade.

Terça 13 de Outubro

Com as obras do kinaxixe a suprimirem mais uma via, temos de recorrer a estratagemas para chegarmos a horas ao trabalho, o grosso do trânsito está a fluir pela estrada de Miramar, o que ajuda a descongestionar a avenida Lenine e as suas transversais.

Conduzir nesta cidade é algo que não é para todos, a cada instante os carros circulam na estrada, tentando cada um chegar primeiro, porque o importante aqui é andar.

A estrada-se ganha-se ao centímetro, com impetuosidade e destreza como já vos tinha dito, mas a verdade é que raramente se vê veículos batidos.

Passando a outros assuntos, descobrimos que o nosso restaurante vai continuar fechado, temos de continuar a frequentar o embaixador, que apesar de um pouco mais caro, tem uma comida fabulosa.

Segunda 12 de Outubro

Não que conte dias para sair daqui, mas a partir de hoje faltam 3 semanas. No meu caso é mais agradável pois vou conseguir fazer umas férias merecidas, longe de tudo.

Vou até à África do sul e se tudo correr bem, estou a pensar ir até ao krugger park para ver alguns daqueles animais que apenas conseguimos ver no BBC Vida Selvagem!

A vida em Luanda segue com a animação diária do costume, nunca sabemos como vai começar o dia nem como vai acabar. Existem sempre novas situações ou acontecimentos. Nunca um dia é igual ao outro…

Recordo ainda o passeio do fim-de-semana, ao olhar para as fotos sinto uma alegria imensa em ter andado aqueles quilómetros todos, para poder levar todas as imagens que fui recolhendo ao longo do caminho umas com a máquina outras para mim apenas.
A terra de contraste que podemos observar, leva-me a pensar e sentir duma forma diferente ao que estou habituado.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Domingo 11 de Outubro

Dia de escrever o blog e recuperar da noite agradável no chillout…

Sabado 10 de Outubro

Hoje foi um dia fantástico…

Apesar de no inicio, com a desmarcação da ida ao mussulo devido ao tempo, eu tentei ir fazer uma volta que já há algum tempo andava a tentar.

Fazer a estrada de Viana, ir até ao catete e depois voltar pela estrada do kifangondo para entrar por cacuaco.

A ideia era boa, não demorava muito tempo, como a saída foi às 10h05 prevendo um trânsito de Luanda estar de volta cerca de 4 horas depois, o que dava para almoçar…

Tudo corria bem, algum tráfego para chegar ao largo primeiro de Maio, depois entrámos na estrada de Viana, a outra via de entrada/saída de Luanda.
O trânsito é ainda mais medonho, anda-se depressa, mas como a estrada ainda não está toda terminada temos muitos desvios.

E muita gente a vender na estrada e tudo se vende, desde ferros de engomar a comida passando por cabides, redutores de gás, enfim tudo!!!

Passando Viana, com 20km andados, saímos em direcção ao catete, 30 km à frente. Estrada boa, com alguma presença policial, nomeadamente nos antigos postos de controlo.





Existem pequenos povoados com nomes sugestivos, muitos deles de pessoas. As construções mudam radicalmente do que estava habituado a ver até agora. Gostei muito, porque as casas ainda são de paus de madeira barradas a terra.
Outras mais avançadas são de tijolos de terra secos ao sol. Como podem ver pelas fotos.

Aqui aconteceu o primeiro erro… em vez de virarmos na direcção do kifangondo, seguimos na direcção do dondo.
O que agora percebi que é a estrada que nos leva às pedras negras e Malange.
A vegetação é imponente, com embondeiros a atingirem os 20 metros de altura, a beleza e imponência destas árvores é enorme.
Observei bastantes queimadas, umas naturais, outras nem por isso. A queimada é feita para se obter terra arável, existe terra para todos, mas também existem muitas pessoas.

Fiquei maravilhado com a beleza natural, passamos por vários tipos de vegetação, desde zonas mais secas a zonas húmidas, com alguns pequenos pântanos.

Vimos muitas bananeiras e mamoeiros, que juntamente com o carvão e alguns legumes e as batatas se podem encontrar em vendas ao longo da estrada. É com base na venda de produtos agrícolas e de combustíveis que estes povos subsistem. Sim porque bombas de gasolina aqui são uma miragem.

Foram cerca de 380 quilómetros em pouco mais de 7 horas, com muito apetite pelo meio, uma vez que não almoçamos, mas apesar do cansaço, a experiência foi fenomenal.

Sexta 9 de Outubro

Véspera de fim-de-semana, e com o fim de uma semana bastante intensa, fomos jantar ao BAHIA.

Um espaço agradável, apesar de ter a música ao vivo um pouco “viva de mais”, mas com uma ambiente bonito e uma comida muito bem confeccionada. Ficam as fotos do espaço.

Durante a tarde houve ainda a oportunidade de ir fotografar o por do sol do edifício da UNITEL.

A vista nesta altura do dia, quando as nuvens não existem e a poluição permite que se alcance os limites da cidade, mostra uma Luanda marcada pelo antigo, o novo e o dispensável.

Mas logo pela manhã eis que o caricato acontece a cada momento,

Um dia sem transito, milagre!!
Quer iogurte??

A vida de carregador é difícil!!!
Um dia com transito!!!
O dia começa cedo para os petizes!!
... e temos de tomar conta dos irmãos
E quando o calor aperta, ou a vontade de brincar é grande, nem há tempo para vestir os calções!!!

Quarta 7 de Outubro

Deixo-vos mais alguns momentos do dia-a-dia de Luanda. Com o chão e os musseques a mostrarem o efeito da chuva da noite passada.

Terça 6 de Outubro

O dia ficou marcado pela primeira chuva por terras de África, já nos encontrávamos no hotel quando começaram a cair umas gotas fortes, que rapidamente aumentaram de intensidade e deram ao ar o cheiro característico a terra fresca.

Foi um momento calmante.

Ouvir a chuva cair, com os sons a serem abafados pelo ruído das gotas a baterem nos telhados, o pó acumulado ao longo de vários meses, a ser devolvido a terra, com as goteiras a terem um tons alaranjado.

Segunda 5 de Outubro

O feriado em Portugal ficou marcado por mais uma aventura… com a saída tardia da unitel, e apesar de haver confiança de que chegaríamos a tempo ao jantar, eis que ao chegar à comarca, nos deparamos com o trânsito parado.

Com o relógio a contar os minutos mais rapidamente do que seria de esperar, sim porque é nestas situações que o tempo parece andar mais depressa.

Ficámos preocupados, o Osvaldo, toma a iniciativa de furar a fila, não se percebe a origem do problema, não há polícia na estrada, todos a gente parada.

Com dificuldade e perícia vamos avançando na via, eis então que nos deparamos com o problema, uma camião sem combustível e outro que avariou a meio da ultrapassagem do primeiro.
Grave é o facto de o camião se encontrar no meio da via, eis então que o Osvaldo ao ver que existiam condutores a irem pela terra batida paralela á estrado, toma a iniciativa de seguir, mas sempre a aproveitar o espaço que está disponível.

Ou seja, conseguimos passar à frente da fila que estava para entrar à frente dos camiões avariados.
Ainda tivemos de esperar que os carros à nossa frente fizessem a manobra, arriscada para veículos baixos sem tracção total.

Aqui os carros não duram muito com o tratamento que levam.

Domingo 4 de Outubro

Fomos até à barra do dande.